18 de abril de 2024

Desastre em Minas Gerais acende alerta e barragens de MS passarão por nova vistoria

Imasul vai verificar condições de barragens na próxima semana

Maisse Cunha

(Foto: Reprodução/web)

O desastre natural causado pelo rompimento de barragem da Vale na cidade de Brumadinho (MG), reacendeu a preocupação quanto as condições dos depósitos de rejeitos em Mato Grosso do Sul. A partir da próxima semana, as barragens passarão por nova rodada de vistoria feita pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente).

Direto de Brasília, onde cumpre agenda com o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), o titular da Semagro, Jaime Verruck lembrou que, há dois anos, pouco tempo após o desastre ambiental de Mariana (MG), as barragens do estado foram amplamente vistoriadas, mas nenhum risco de rompimento foi detectado.

“O desastre ambiental de Mariana deveria ter servido para um processo de aprendizado já que no Brasil inteiro houve uma orientação do Governo Federal para que se fizesse a verificação de todas as barragens. Naquela oportunidade [vistoria] verificamos que as barragens não apresentavam nenhum tipo de risco e todas estavam devidamente licenciadas e dentro do padrão”, pontuou.

Veruck garantiu que, a partir de orientação do DNPM (departamento Nacional de Produção Mineral), as barragens são rotineiramente monitoradas pela equipe de gerência de recursos hídricos do Imasul, ligado a pasta. As novas vistorias, conforme disse ao Midiamax, serão realizadas, a partir da próxima terça-feira (29) em conjunto por equipes da Semagro, Imasul, Crea, Ibama e Vale.

Corumbá

Levantamento feito pelo DNPN em 2015, órgão responsável pela fiscalização de barragens de mineração no Brasil, revelou que duas barragens localizadas em Corumbá – distante 425 km de Campo Grande – receberam classificação de risco A (alto risco). Elas também são controladas pela Vale – que administra a Urucun Mineração.

Eventual rompimento dos reservatórios afetaria a vida de milhares de moradores da Cidade Branca, Ladário e região – sem contar impagável dano ambiental e comprometimento do Pantanal.

Arsênio, substância tóxica encontrada nos rejeitos, é altamente tóxico, segundo análise feita à época pelo Centro de Tecnologia Mineral do Ministério da Tecnologia.

“No Mato Grosso do Sul vemos 16 barragens com DPA alto, potencialmente afetando o pantanal mato-grossense, porque essas barragens estão todas em Corumbá. Das 17 barragens do Pantanal, apenas uma não tem DPA alto, enquanto todas as outras 16 têm DPA alto”, comentou o procurador da república, Túlio Fávaro Beggiato, em 2015.

O ‘DPA’ a que se refere o procurador implica alto Dano Potencial Associado, categoria em que estava a barragem de fundão em Mariana, também controlado pelo grupo Vale e pela BHP Billiton.

Desastre

O rompimento da barragem B1 ocorreu no início da tarde de ontem (25), na Mina Córrego do Feijão. A quantidade de rejeito acumulado na estrutura fez com que uma outra barragem transbordasse. A lama atingiu uma área administrativa da companhia e parte da comunidade de Vila Ferteco, segundo a Agência Brasil.

O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais registrou, até o início da madrugada de hoje (26), nove mortes após o rompimento de uma barragem da mineradora Vale no município de Brumadinho. O último balanço da corporação aponta ainda o resgate de nove pessoas com vida da lama de rejeitos e de cerca de 100 pessoas que estavam ilhadas.

Por conta do crime ambiental, o rompimento da barragem B1 ocorreu no início da tarde de ontem (25), na Mina Córrego do Feijão. A quantidade de rejeito acumulado na estrutura fez com que uma outra barragem transbordasse. A lama atingiu uma área administrativa da companhia e parte da comunidade de Vila Ferteco.

O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais registrou, até o início da madrugada de hoje (26), nove mortes após o rompimento de uma barragem da mineradora Vale no município de Brumadinho. O último balanço da corporação aponta ainda o resgate de nove pessoas com vida da lama de rejeitos e de cerca de 100 pessoas que estavam ilhadas.

“Cabe mencionar a grave crise financeira do estado de Minas Gerais, fato igualmente notório e que limita o enfrentamento de um desastre dessa proporção. Lado outro, a Vale, cuja responsabilidade é objetiva pelos danos causados, segundo ela própria, apresentou lucro recorrente de R$ 8,3 bilhões e distribuiu dividendos da ordem de US$ 1,142 bilhão apenas no terceiro trimestre de 2018.”

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