28 de março de 2024

Marun é um dos cotados para assumir o Ministério das Cidades

‘Pau pra toda obra’ do PMDB, deputado está entre os nomes para assumir a pasta 

Victor Barone

Fabio Rodrigues/Pozzebom/Agência Brasil
Deputado federal Carlos Marun pode colher dividendos por sua lealdade ao PMDB e às causas difíceis do partido

“Não cogito, mas tenho currículo para isso”, disse ontem do deputado federal Carlos Marun (PMDB) sobre a ventilação de seu nome para ocupar o Ministério das Cidades do Governo Michel Temer (PMDB-SP). A especulação não surgiu estes dias, mas se fortaleceu com o gradual enfraquecimento do elo entre PMDB e PSDB.

A bancada do partido na Câmara tem pressionado o Palácio do Planalto a nomear um deputado peemedebista para a pasta, cargo hoje ocupado pelo deputado licenciado Bruno Araújo, do PSDB.  Para os deputados do partido, a bancada está “sub-representada” no governo e o PSDB “não merece comandar uma pasta de tamanha capilaridade política” diante das críticas a Temer e ameaças de desembarque da base aliada que tucanos têm feito desde que a delação da JBS atingiu o presidente.

Um dos próceres da tropa de choque governista no Congresso, Marun tem se mostrado um verdadeiro “pau pra toda obra”, o que o qualifica para ocupar qualquer posição no Governo Temer. Para o deputado sul-mato-grossense, no entanto, o bom mesmo é que os tucanos fiquem no governo. Mas avisa: “Fui membro do Conselho Nacional das Cidades por mais de dez anos e possuo um relacionamento antigo com movimentos sociais de habitação”.

O líder do PMDB na Câmara, deputado Baleia Rossi (SP), já levou o pedido da bancada ao presidente. A ideia é que a mudança seja concretizada durante a reforma ministerial, a qual deve ocorrer após a votação da denúncia de corrupção, apresentada no fim de junho pela PGR (Procuradoria-Geral da República) ao STF (Supremo Tribunal Federal), marcada para a quarta-feira (2).

Hoje, o PMDB comanda 6 dos 28 ministérios do Governo Temer. Desses, três são comandados por deputados: Esportes, com Leonardo Picciani (RJ), Turismo, com Marx Beltrão (AL), e Desenvolvimento Agrário, com Osmar Terra (RS). A um ano e dois meses das eleições gerais de 2018, a bancada reclama que a maioria dos ministérios que comanda não dá margem para uso político. Com um orçamento de R$ 20 bilhões, para este ano, Cidades é considerado uma das pastas com maior capilaridade.

Na bancada do PMDB, além de Marun, também é cotado para a vaga o deputado José Priante (PA). Peemedebistas mineiros também têm interesse em indicar um representante para o cargo. O comando do Ministério das Cidades também é pleiteado pelo Centrão, como retribuição por terem dado 100% dos votos em favor de Temer na votação da denúncia na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).

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