12/11/2025

Curandeiro de Bela Vista fotografado por Roberto Higa recebeu carta da família Kennedy

Abdalla Sayin fabricava poderosas ‘garrafadas’, nos anos 1970

Monique Faria
 

O ano era 1976, quando o fotógrafo Roberto Higa se deslocou de  a  em busca de uma história inédita. Acompanhado de repórter e motorista, a equipe estava incumbida de uma ão: entrevistar o curandeiro Abdalla Sayin, famoso por fabricar as poderosas ‘garrafadas’, que prometiam curar qualquer doença em quem fizesse seu uso.

Na época, o curandeiro ganhou fama nacional e, até mesmo, internacional, com as bebidas fabricadas a partir de folhas de chá e ramos. Ele chegou a receber pessoas de vários lugares do mundo em sua residência. A receita chegou, inclusive, ao conhecimento da família Kennedy, nos EUA.

Edward Kennedy teria enviado uma carta para Abdalla Sayin, solicitando uma de suas garrafadas. O curandeiro dizia a todos, com orgulho, que havia curado um dos integrantes da importantíssima família estadunidense.

Carta de Edward Kennedy foi enviada a curandeiro de Bela Vista. (Foto: Roberto Higa)

Ao recordar a história, Higa contou ao MidiaMAIS que foi o único, entre os companheiros de , que não teve coragem de experimentar a bebida. Segundo ele, o curandeiro fabricava as garrafadas com diversos tipos de galhos e ramos colhidos na hora, em seu quintal. Em seguida, eram fervidos em um caldeirão.

“Ele fervia, e daquelas plantas saía uma água marrom”, recordou o fotógrafo. A bebida era engarrafada ou servida em copos, podendo ser ingerida ainda morna ou fria. “Curava de câncer a calo seco”, brincou Higa.

Os benefícios eram alcançados não apenas pela ingestão da bebida, mas também aplicando sobre o local. “Olho de peixe… bicho do pé… você lavava com aquele negócio e curava”, recordou.

Curandeiro Abdalla Sayin. (Foto: Roberto Higa)

Abdalla não só curava as pessoas através do seu chá milagroso, como também benzia com a imposição das mãos. “O meu amigo, o Trajano, tinha uma dor de cabeça constante. Ele benzeu, e o Trajano nunca
mais teve dor de cabeça”, contou.