Preso na manhã desta sexta-feira em Pedro Gomes, confessou aos policiais o crime e disse ainda que arma foi confecionada por ele
Por Izabela Sanchez
Preso na manhã de sexta-feira (29) como principal suspeito de assassinar Marilei Ramos, 33 anos e o namorado dela, Gilcione Rodrigues Martins, 34, Jair Soares de Oliveira confessou, informalmente, o duplo homicídio qualificado, feminicídio, no caso de Marilei, morta após perseguição implacável pelo ódio do ex-companheiro. Conforme o delegado Cleverson Alves, ele foi pego “por um pulo”.
O delegado afirma que ele tinha fuga planejada para o Pantanal, para onde pretendia se embrenhar e sumir em fazendas, onde já tinha histórico de trabalho anteriormente. Tudo isso ele combinou com uma pessoa da família que o ajudou na fuga, mas que ainda não foi identificada pela polícia.
“Ele estava planejando uma fuga para o Pantanal, porque ele já trabalhou em várias fazendas, mas nós fechamos todas as saídas. Ele disse que essa parente disse pra ele que estava tudo cercado, só que ontem ele achou que estava tudo tranquilo. Nós avisamos nas redondezas para que nos informassem sobre qualquer coisa suspeita, conseguimos pegar ele por pouco em Pedro Gomes”, comentou.
Preso em Pedro Gomes sobre uma ponte do Rio Taquari, quase conseguiu fugir. “Seria muito difícil localizá-lo”, contou Cleverson. Depois da prisão cinematográfica que envolveu até tentativa de desarmar policial, ele agora está atrás das grades da Delegacia de Costa Rica, onde o caso é investigado e onde, nesta manhã, Cleverson finaliza o inquérito e pede conversão da prisão de Jair para prisão preventiva.
Confessou e ficou em silêncio – Na cena toda que envolveu a resistência à prisão, ao ser pego depois de furtar combustível em uma fazenda, tentou ferir policial civil com uma foice que estava no banco traseiro do gol em que fugia. Em seguida, tentou pegar a arma de um policial militar.
Já algemado, contou aos policiais civis e ao delegado, que “havia reatado com Marilei que, na verdade, no dia do crime, apenas voltava para casa”. Os dois foram mortos com golpes de objeto cortante e a filha de Marilei, de apenas três anos, viu tudo e ainda tentou abraçar a mãe, já morta.
A versão já contrastava com as investigações que envolviam mensagem enviada por Marilei na noite do crime, pedindo que a deixasse em paz e que iria denunciá-lo à polícia no dia seguinte. Não deu tempo.
Ela já contava com medida protetiva depois de ter conseguido fugir de um sequestro com o carro em movimento e uma arma apontada para a cabeça.
“Disse que tinha reatado relacionamento com ela, o que não é verdade, porque tinha uma mensagem dela no celular, 22h45, ele fez várias chamadas pra ela, e ela mandou mensagem dizendo para ele não perturbá-la mais e que ela iria no dia seguinte fazer boletim de ocorrência contra ele. Demonstra que ele mentiu”, explica Cleverson.
Fabricou a arma do crime – Depois de ter sido contrariado, ele acabou confessando o assassinato, mas depois, no momento de oficialmente prestar depoimento ao lado do advogado, ficou em silêncio. Antes, contou que foi até a casa dela para matá-la e que o objeto que até então a polícia achava ser uma faca, era uma espécie de punhal caseiro que ele mesmo fabricou com ferramentas.
Disse ter jogado a arma em um matagal, que não se lembra onde é.
- CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS