28 de março de 2024

Alta de 45% na carne obriga família a buscar meios para manter churrasco

Renata Volpe Haddad

Mesmo com a arroba do boi gordo desvalorizada em Mato Grosso do Sul, o preço da carne bovina está até 45% mais caro neste fim de ano, em comparação ao mesmo período do ano passado. Isso significa que o produto vai pesar mais no bolso das famílias que optam pelo churrasco nas festas de dezembro. Para economizar, o jeito é pesquisar preço, comprar nas promoções ou mesmo substituir.

Pesquisa realizada pelo Nepes (Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas) da Anhanguera Uniderp mostra  que em um ano o quilo da costela ripa ficou 45,9% mais cara. Em novembro de 2014, o preço do corte custava R$ 8,86, subiu para R$ 9,28 em janeiro deste ano e fechou o mês de novembro custando R$ 12,94.

Aumento significativo também para o músculo que ficou 38,5% mais caro em 12 meses. De janeiro a novembro de 2015, o corte bovino encareceu 35,76% e em janeiro quando o músculo custava R$ 12,49 terminou novembro com preço de R$ 16,96.

Outro corte que está mais caro é o cupim com acréscimo no preço de 36,8%. O corte que em outubro custava R$ 20,25, era vendido por R$ 21,70. O Acém ou agulha ficou 28,78% mais caro em um ano. De janeiro a novembro de 2015, o corte de segunda encareceu 28,2%, sendo que no primeiro mês do ano, o quilo do acém era encontrado por R$ 12,19 e mês passado custava R$ 15,64.

Cortes de primeira – Para as carnes com corte de primeira, o filé mignon teve aumento de 42,08% em um ano, e de janeiro a novembro de 2015, houve acréscimo de 11,55%. Em outubro, o preço do filé mignon estava R$ 32,70 e no mês passado, a carne era comercializada por R$ 34,95.

Para alcatra, de um ano para outro a variação é de 20,8% e o corte da carne foi comercializado em novembro por R$ 25,18. Em outubro, o valor era de R$ 23,34, aumento de 7,9%.

A picanha encareceu 17,7% em um ano. Se comparado de janeiro a novembro de 2015, a carne predileta dos brasileiros encareceu 13,8%

Consumidores – Porém, mesmo sabendo que o preço da carne bovina está bem mais cara em relação ao ano passado, os consumidores campo-grandenses não abrem mão de reunir a família nas festas de fim de ano e fazer um bom churrasco.

No caso da técnica de enfermagem, Leydiwise Rodrigues Barros, 29, a família dela não deixa de fazer o churrasco nas festas de fim de ano com carne bovina de qualidade, mas ela sabe como economizar na hora das compras. “Eu pesquiso muito e isso dá muito resultado. Eu olho os preços em vários mercados e compro sempre onde tem promoção. Com isso eu economizo até R$ 200 e não fico sem o churrasco com carne boa”, comenta.

Consciente que paga bem mais caro na carne bovina, a família e os amigos da assistente social, Márcia Regina Oliveira, 48, não deixam de fazer churrasco no Natal. “Mesmo pagando caro a gente não deixa de fazer o churrasco, pois já é uma tradição e podemos gastar um pouco mais no fim do ano, já que o 13º salário nos ajuda em relação a isso”, avalia.

No entanto, na casa do aposentado Miguel Lincoln Geocopello, 74, todo mundo já está avisado que não tem churrasco este ano. “Eu vou deixar de comprar carne bovina e vou trocar pelo frango ou peixe nas festas de fim de ano. Lá em casa sempre fizemos churrasco, mas eu não vou pagar um absurdo pela carne bovina”, alega.

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