Ela orienta que vítimas denunciem casos de abusos
Glaucea Vaccari
Casos de violência contra a mulher podem aumentar durante o período de quarentena por conta da pandemia de coronavírus. É o que alerta a coordenadora da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), juíza Helena Alice Machado Coelho.
“O que já está no nosso radar é que, apesar de terem entrado menos casos neste período de quarentena, a realidade pode ser outra. Os casos podem crescer, devido ao contato entre o casal por mais tempo e as vítimas têm maior dificuldades para fazer a denúncia, por conta das restrições de locomoção”, disse a juíza.
Magistrada orienra que as mulheres que sofrerem algum abuso devem procurar delegacias e, em Campo Grande, a Casa da Mulher Brasileira, que mantém todos os atendimentos funcionando neste período. Também podem ligar nos telefones 190 e 180.
Ainda segundo a coordenador, grupo de trabalho nacional identificou um registro maior de violência de gênero, por exemplo, no Estado do Rio de Janeiro e em Santa Catariana, em que um homem de 65 anos matou a esposa de 65 anos, uma médica, por estrangulamento. Os dois estavam em confinamento em casa,por fazerem parte do grupo de risco do coronavírus.
Segundo Helena, diante deste quadro, as mulheres podem estar sofrendo em casa abusos que podem começar com um xingamento, partindo para tortura psicológica, agressões físicas e até o feminicídio.
Em Mato Grosso do Sul, dados estatístiscos da Assessoria de Planejamento do TJMS apontam que desde o início da quarentan, no dia 14 de março, e até a última quinta-feira (26), os números mantiveram-se estáveis quanto às Medidas Protetivas deferidas em todo o Estado de MS, comparando com o mesmo período do ano passado.
Já em relação ao feminicídio, houve aumento, com quatro casos neste ano contra três no mesmo período de 2019, quando não havia restrições.