23 de abril de 2024

Marun confirma acordo e Itaipu vai bancar ponte em Porto Murtinho

Direção da Itaipu Binacional aceitou financiar construções de 2 pontes rumo ao Paraguai que, somadas, custarão US$ 140 milhões

Humberto Marques
Marun disse que direção de Itaipu aceitou bancar construção de pontes; execução ficará para o próximo governo federal. (Foto: Paulo Francis)Marun disse que direção de Itaipu aceitou bancar construção de pontes; execução ficará para o próximo governo federal. (Foto: Paulo Francis)
 

O ministro Carlos Marun (Governo) confirmou há pouco que a direção da Itaipu Binacional e o conselho superior da empresa aprovaram o custeio, por parte da usina hidrelétrica, das duas pontes a serem construídas entre o Brasil e o Paraguai. Orçadas em US$ 140 milhões juntas, as pontes vão ampliar a ligação por terra ao país vizinho. Uma será construída entre as cidades de Foz do Iguaçu (PR) e Porto Franco (Paraguai) e a outra ligará Porto Murtinho –a 431 km de Campo Grande– à cidade paraguaia de Carmelo Peralta.

Marun anunciou que tratativas nesse sentido eram discutidas ao longo desta sexta-feira pelo comando da Itaipu Binacional. Ele recebeu a notícia quando participava de reunião com o diretor-presidente do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Tiago Bucker. “Recebi ligação do presidente da Itaipu, Marcos Stamm, após reuniões realizadas hoje pela direção da Itaipu Binacional e de seu Conselho Superior,q ue aprovaram o custeio, por Itaipu, de duas pontes entre o Brasil e o Paraguai”, confirmou o ministro, em vídeo distribuído por sua assessoria.

 

A decisão ainda depende de deliberação dos presidentes do Brasil e do Paraguai, frisou o ministro, “mas sem dúvida alguma a aprovação pela empresa deste aporte, deste investimento, é um grande passo no sentido de que essas pontes importantíssimas sejam construídas e se tornem realidade, beneficiando os povos brasileiro e paraguaio”.

Mais cedo, durante reunião no Hospital de Câncer Alfredo Abrão, Marun anunciou as tratativas para Itaipu assumir o ônus das obras. Cada ponte foi orçada em US$ 70 milhões e têm prazo de execução de três anos. Desta forma, o andamento da construção do lado brasileiro deverá ser encaminhado pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL).

Prioridade – O atual chefe do Executivo federal, Michel Temer, já discutiu com o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benitez, detalhes dos empreendimentos em encontro bilateral em outubro de 2018. No mês anterior, o ministro das Relações Exteriores paraguaio, Luis Alberto Castiglioni, informou em encontro com o chanceler brasileiro, Aloysio Nunes, esperar que as duas pontes efetivamente saiam do papel em até cinco anos.

“Faz 148 anos que a guerra entre Paraguai e Brasil acabou e nós só temos uma ponte até hoje”, afirmou Marun, referindo-se à Ponte da Amizade, entre Foz do Iguaçu e Ciudad del Este, que segundo ele tem a estrutura já ultrapassada. Na mesma cidade, mas rumo a Porto Franco, a primeira ponte já teve a obra licitada. “Está pronta para ser iniciada. O problema lá e recurso, então, sendo aprovado, a obra será encaminhada”.

Já em Mato Grosso do Sul ainda será necessário encaminhar todos os trâmites para a obra. Marun afirmou que a obra é considerada prioritária por Temer. “Em Porto Murtinho a ponte abre a possibilidade de estabelecimento da rota bioceânica, extremamente importante para a logística brasileira, da América do Sul e, especialmente, de Mato Grosso do Sul, que se transforma em um importante entroncamento”, explicou o ministro.

A rota bioceânica permitiria uma ligação rodoviária rumo a Iquique, no Chile, passando por Paraguai e Argentina, permitindo acesso a portos no oceano Pacífico, de onde cargas partem rumo ao mercado asiático –principalmente a China, principal parceria comercial do Brasil e de Mato Grosso do Sul.

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