24 de abril de 2024

Negócios fechados por Delcídio na Petrobras deram mais prejuízo que compra de Pasadena

Jornal aponta que senador contratou usinas termelétricas por R$ 5 bilhões quando era diretor

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Usinas termelétricas contratadas pelo senador Delcídio do Amaral (PT-MS), quando era diretor da Petrobras durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, custaram aos cofres da petroleira mais que a refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, alvo de um dos maiores escândalos apurados na Operação Lava Jato.

A constatação está em reportagem do jornal Folha de S.Paulo desta quinta-feira (10). De acordo com o texto, o diretor contratou quatro termelétricas no governo Fernando Henrique Cardoso — dentro do Programa Prioritário de Termeletricidade — que custaram R$ 5 bilhões.

O rombo causado pela refinaria de Pasadena foi de US$ 792 milhões — cerca de R$ 3 bilhões. A reportagem lembra, porém, que, em julho de 2014, Delcídio do Amaral e Nestor Cerveró, então subordinado ao petista na petroleira, foram absolvidos em julgamento no TCU (Tribunal de Contas da União).

A história da contratação dessas usinas também ligam Delcídio ao suposto recebimento de propina da Petrobras, citado na delação premiada de Cerveró e Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras.

Cerveró relatou a investigadores da Lava Jato que Delcídio do Amaral recebeu cerca de US$ 10 milhões da multinacional Alstom, entre 1999 e 2001, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Na última quarta-feira, o ex-presidente FHC se pronunciou sobre o caso via Facebook: “Se houve algo durante o meu governo, foi conduta imprópria do Delcídio, não corrupção organizada, como agora”.

— Dele nada se sabia, tanto que em 2001 foi aceito pelo PT, e se elegeu Senador, depois foi candidato a governador do Mato Grosso do Sul. Derrotado pelo PSDB, virou líder da Dilma, sem que suspeitas fossem levantadas. Espero que as investigações se aprofundem e que se comprovado o fato, todos sejam punidos.

Histórico

No fim de novembro, em conversa gravada por Bernardo Cerveró, filho de Nestor Cerveró, o senador, preso pela Polícia Federal, conta que, em um dos encontros com o banqueiro André Esteves, também preso, viu uma anotação manuscrita com o nome dele e o da empresa multinacional francesa Alstom na última página do acordo de delação de Nestor Cerveró, obtido pelo dono do BTG Pactual.

No diálogo, Delcídio demonstra surpresa e preocupação por ter se deparado com o manuscrito.

O senador já foi citado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa como sendo destinatário de propinas da Alstom no período em que foi diretor de Gás e Energia da estatal, entre 1999 e 2001, no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

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