24 de abril de 2024

Pico da pandemia deve ocorrer entre abril e maio e vírus deve circular até setembro, aponta relatório

Assinado por Mandetta e pesquisadores de MS e outros três estados, artigo demonstra preocupação com número de leitos

Adriel Mattos

Um relatório técnico publicado nesta terça-feira (7), assinado pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e pesquisadores de Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Amazonas e Distrito Federal aponta que o pico da pandemia de Covid-19 – doença causada pelo novo coronavírus – deve ocorrer entre abril e maio, e o vírus deve circular no Brasil até setembro. O texto foi publicado em inglês na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, segundo a Agência Bori.

“Vários modelos matemáticos mostraram que o vírus estará potencialmente circulando até meados de setembro, com um pico importante de casos em abril e maio”, escrevem os autores. O médico Julio Croda, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), é o principal pesquisador que assina o estudo.

Croda e os demais pesquisadores demonstram preocupação com a disponibilidade de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) em meio à curva ascendente de casos. “Assim, existem preocupações quanto à disponibilidade de unidades de terapia intensiva (UTI) e ventiladores mecânicos necessários para pacientes hospitalizados com Covid-19, bem como a disponibilidade de testes diagnósticos específicos”, argumentam.

O isolamento social é citado como medida essencial para achatar a curva epidemiológica com o mínimo possível de impacto econômico. “Se o distanciamento social for eficaz limitando o acesso do público apenas a serviços essenciais, o impacto econômico pode ser ser mitigado enquanto a epidemia é controlada”, diz o texto.

MÁSCARAS

Os autores lembram também que diferenças culturais podem impactar as frentes de ação de combate à pandemia. O uso de máscaras é comum e aceito na Ásia — onde é relativamente fácil encontrá-las — mas não na América Latina. “Essas diferenças podem ser decisivas na evolução das pandemias e também precisam ser abordadas nos protocolos de ciências sociais”, apontam os pesquisadores.

Em entrevista ao Correio do Estado em março, Mandetta defendeu o uso de máscaras de tecido pela população, deixando para profissionais de saúde os equipamentos de proteção individual (EPIs).  

“Essa questão de máscaras, se temos poucas, vamos deixar para os enfermeiros, médicos. Se for para sair e ir até a unidade de saúde para confirmar, usa uma máscara de pano, confecciona a sua máscara. Eu digo assim, poupe o material de saúde para os enfermeiros e médicos. Eles são as pessoas mais importantes da cidade hoje, o pessoal da Saúde”, disse.

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