16 de abril de 2024

Rota Bioceânica custará R$ 60 milhões ao Brasil e deve ser aberta até 2021

Ricardo Campos Jr.

murt146O Governo Federal investirá R$ 60 milhões na construção de uma ponte que ligará Porto Murtinho, a 431 quilômetros de Campo Grande, ao Paraguai. A estrutura será o ponto de partida da Rota Bioceânica, que implantará uma via de acesso terrestre aos portos chilenos, passando também pela Argentina, e que deve ser aberta em até cinco anos.

De acordo com o secretário de Infraestrutura de Mato Grosso do Sul, Marcelo Miglioli, o valor corresponde à metade dos custos com a travessia. O restante será aplicado pelo país vizinho, que em junho assinou um acordo com o Brasil para dar início ao empreendimento.

O documento depende de aprovação do Congresso Nacional para que a licitação seja feita. A expectativa do secretário é que em até três anos ela esteja pronta e que o tráfego na rota seja liberado em até cinco anos.

As demais estruturas viárias para implementação do projeto já estão definidas entre os quatro países. A Argentina, por exemplo, terá que asfaltar 70 quilômetros de rodovias e o Paraguai, aproximadamente 550 quilômetros de rodovias.

“Metade disso já foi licitado e eles estão começando a obra no segundo semestre de 2016. Existe uma expectativa de que no primeiro semestre de 2017 seja licitado o segundo lote”, explica Miglioli.

O que atualmente tem sido debatido com relação à Rota Bioceânica é a política aduaneira.

“Essa rota vai passar por quatro países, cada um deles tem a sua própria legislação, suas particularidades. O objetivo é buscar soluções conjuntas, porque essa rota vai ter, de Porto Murtinho ao Pacífico, 1,8 mil quilômetros, mas tem que ter agilidade necessária para que você não corra o risco de um caminhão eventualmente ser parado em todas as barreiras demorando três, quatro dias em cada uma”, explica o secretário.

Pensando nesse assunto que representantes do Brasil, Chile, Argentina e Paraguai se reúm em Campo Grande nesta quinta (28) e sexta-feira (28) para tentar viabilizar essa liberação de tráfego, pois quando implantado, todos serão beneficiados.

“Essa rota é fundamental para Mato Grosso do Sul e para o Brasil. Ela traz, sem dúvida nenhuma, uma excepcional alternativa de fomento de produção que sai, como do produto que tem de entrar. Essa rota cria não só a possibilidade de a região Centro Oeste colocar o seus produtos no mercado asiático por um caminho mais curto como também cria a expectativa de uma melhor relação comercial entre os países envolvidos”, diz Miglioli.

Como funciona? – Hoje os produtos brasileiros precisam seguir ao litoral para serem exportados. Um dos principais locais de despacho é Santos, atualmente saturado pelo volume de cargas e caminhões que circulam pelo local diariamente.

Além disso, para enviar produtos para a Ásia por vias marítimas, por exemplo, é preciso percorrer um longo caminho pelo Atlântico ou dar a volta na América do Sul pelo Canal do Panamá ou por outras rotas que podem levar até 14 dias.

Quando sair do papel, conforme o secretário, os caminhões devem levar cerca de três dias para chegar de Porto Murtinho ao Chile, percorrendo para isso 1,8 mil quilômetros.

“Nós entendemos que isso viabiliza principalmente os produtos de maior valor agregado maior e independente do mercado asiático nós temos o mercado da América do Sul. Ela vai propiciar que você crie uma relação comercial entre os países”.

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