25 de abril de 2024

Mandetta desvia de polêmica e prega união contra a pandemia

Por Maristela Brunetto | 25/03/2020 17:25

O ministro da Saúde, Luiz Herique Mandetta, na saída de prédio em Campo Grande no dia 14. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
O ministro da Saúde, Luiz Herique Mandetta, na saída de prédio em Campo Grande no dia 14. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

Depois da fala do presidente da República, Jair Bolsonaro, pedindo o fim do confinamento e as críticas envolvendo governadores, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, desviou das polêmicas, usou um discurso conciliador e pregou união nacional em torno das ações para o combate ao coronavírus, durante a divulgação do boletim diário da doença, em Brasília.

Pela manhã, o presidente disse que recomendaria ao ministro que adotasse o isolamento vertical, envolvendo somente idosos e pessoas com saúde vulnerável, com as demais retomando as atividades produtivas e a rotina.

Mandetta considerou que a fala do presidente, sobre a preocupação com a crise da economia era importante, entretanto, ainda é preciso estudar a forma em que haja a retomada de setores, o que envolverá ministros e governadores. “Isso será estudado em salas de situação”, explicou, afirmando que não será feito “nada que a gente não tenha confiança.”

“Não vamos mudar um milímetro do nosso foco na vida”, disse, para em seguida admitir correções de rumos. Admitiu que era sensível à fala do presidente, mas que era preciso agir de forma organizada. Sobre as críticas de Bolsonaro, que chegou a chamar a Covid-19 de gripezinha e resfriadinho, Mandetta nada comentou.

Diante do tom do pronunciamento de Bolsonaro na noite de ontem e entrevista essa manhã, cogitou-se que haveria situação insustentável para o ministro, entre seguir recomendações sanitárias, como vinha fazendo, ou atender ao comando do presidente de abandonar o confinamento social adotado para evitar a propagação em massa da pandemia e o colapso dos serviços de saúde.

Mandetta evitou confrontar com as falas de Bolsonaro e disse que não cogitou deixar o governo. “Eu saio daqui no momento em que acharem que não devo trabalhar”, pontuou, citando ainda a hipótese de adoecer ou se o presidente exonerá-lo, destacando que seguirá um perfil técnico “sempre”.

Governadores – A fala de Bolsonaro e o enfrentamento nesta manhã com o governador paulista João Dória Júnior, durante videoconferência, desencadearam uma reunião dos governadores para uma debate virtual esta tarde, em que discutiriam as medidas em relação ao combate à doença e à fala do presidente. O grupo seguia a reunião até o fim da tarde.

Mandetta disse que entende as necessidades de retomada da economia e que ela envolve governadores, considerando que houve adoção de medidas que classificou de assimétricas.  Considerou que era preciso harmonizar as medidas de quarentena, porque “não ficou bom”, citando que algumas chegaram a prejudicar transporte de produtos essenciais.

Segundo o ministro, o momento agora é de “todo mundo sentar à mesa, não tem partido político, não tem A, B, C ou D”.   Ele disse que conversou com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que foi quem indicou seu nome para o ministério, para que sejam pensadas medidas que gerem respostas para as atividades econômicas, analisando cada região, tendo como parâmetro os boletins da doença de cada local e as peculiaridades regionais, como no Sul do País, onde há número maior de população idosa. – CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS

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